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terça-feira, 30 de setembro de 2008

REVELATION - REVIEW

Isso era só questão de tempo.
Esse review era algo urgente antes mesmo do CD ter sido finalizado.
Trata-se de uma das bandas mais importantes do cenário musical atual, e cuja carreira foi coroada recentemente com uma matéria de capa na revista Billboard.




Disco: REVELATION


Artista: Third Day


Ano: 2008



O disco em questão estava sendo tão comentado durante a fase de produção que até gerava receio de um desapontamento após o seu lançamento. A isso se somava a recente mudança no som da banda, que no início da carreira fazia um southern rock com pitadas de grunge, e com o passar do tempo foi inserindo levadas pop em algumas músicas. A qualidade não diminuiu com isso, mas a fanbase já não sabia o que esperar dos roqueiros de Atlanta. A desconfiança aumentou com a notícia de que o guitarrista Brad Avery deixou a banda em fevereiro desse ano.


Mas afinal, pra que tanta preocupação?
Não estamos falando de qualquer banda adolescente inexperiente.
É Third Day!


Depois de nove discos de estúdio, uma gravação ao vivo, uma coletânea dupla, três DVDs, e três prêmios Grammy, os dezessete anos de estrada surgem na forma de maturidade musical e não de desgaste.
O cuidado com que cada faixa foi trabalhada é evidente.
As letras refletem o significado do título “Revelation” que, ao contrário do que eu imaginei a princípio, não se refere ao apocalipse e sim à procura de uma resposta, uma verdade, uma revelação.
O instrumental não pode ser facilmente comparado ao de outras bandas. Mark Lee, Tai Anderson e David Carr constroem uma obra coesa e acessível mesmo quando trilham vertentes sonoras até então pouco exploradas por eles.
O álbum reflete ainda a adoção de uma sonoridade mais country, lembrando por vezes o ótimo disco “Time”.
A primeira faixa (Who I Am) traz um rock'n roll direto, semelhante ao que ocorre nos discos “Wire, “Wherever You Are”, e “Come Together". Isso soa familiar aos fãs e é importante por reafirmar uma característica essencial. Faixas como “Otherside” e “Slow Down” têm objetivo parecido, além de funcionarem como excelentes rocksongs.
Só que até aí não há nada de novo.
Entretanto, é nas mais lentas que o Third Day de agora se diferencia dos demais álbuns.
Uma das notícias mais comentadas acerca das gravações foi a participação da vocalista do Flyleaf, Lacey Mosley. A voz do Mac Powell já é das mais marcantes, no entanto, nas duas músicas em que a moça empresta sua belíssima voz é digna de destaque, sendo que em “Born Again” a presença dele é que se torna acessório.
Enfim, com uma confluência de instrumental impecável, letras inspiradas, interpretação acima da média, e produção minuciosa, fica claro que as expectativas não estavam tão distantes da realidade do que pode ser ouvido ao longo das treze faixas do álbum.
Não vai revolucionar a indústria musical, porém serão os melhores 43 minutos para quem busca entretenimento inteligente e diferenciado.

“Revelation” é com certeza um dos melhores discos do ano.




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BATMAN BEGINS

Dia 29/08/08, encerrando o primeiro ciclo de cinema do Cineclube Quadrinhos S.A., rolou o “Batman Begins”, até pra servir como preparação pro “Dark Knight” que está em cartaz no cinema.

Na falta do que fazer decidi escrever um review do filme.

Curiosamente, só concluí essa crítica minutos antes de assistir “Dark Knight”. A preguiça insistia que eu fizesse isso depois, porém o bom senso me convenceu que tal escolha poderia influenciar minha opinião sobre “Batman Begins” negativamente.





Batman Begins
Direção: Christopher Nolan
Ano: 2005












Sobre esse filme (“Begins”), vale lembrar que se trata de uma tentativa de revitalizar a franquia do homem-morcego após o vexatório trabalho realizado por Joel Schumacher nos lamentáveis “Batman Eternamente” e “Batman & Robin”.
A solução encontrada foi convocar um diretor semi-desconhecido chamado Christopher Nolan, responsável por um dos melhores filmes da última década: Amnésia (Memento).Optando por Nolan, obviamente a abordagem dada ao herói da DC Comics seria diferente das anteriores.
O resultado da empreitada? Êxito. E a principal causa disso é o realismo que o diretor fez questão de inserir no roteiro. 

É verdade que o filme não leva isso ao pé-da-letra, porém é o suficiente para na primeira hora de metragem trazer de volta Bruce Wayne, o cara por trás da máscara, e que havia sido relegado ao segundo plano em nome da ação e pancadaria ridículas do terceiro e quarto filmes do morcego.
E felizmente, o realismo não é o único trunfo do filme. 
Estão presentes ainda um espetacular elenco (Christian Bale, Michael Cane, Gary Oldman, Morgan Freeman, Rutger Hauer, Liam Neeson, Ken Watanabe...), uma fotografia caprichada, e a inspiração em uma das melhores HQs do Batman: o “Ano Um “ do personagem.

No entanto, os defeitos são tão visíveis quanto as qualidades. 
Desde a falta de prática do diretor com os efeitos CG, até às piadas fáceis que raras vezes surgem o efeito esperado. E isso sem falar na divertida, mas desnecessária seqüência do Tumbler, o novo batmóvel, que parece estar lá por apenas três motivos:
- satisfazer o anseio dos produtores por pirotecnia cinematográfica;
- vender miniaturas do carro para os fãs; e
- mostrar que todo o treinamento de Wayne não se compara à sabedoria do mordomo Alfred, capaz de com poucas frases nos lembrar que o Batman ainda é um herói aprendiz, no início de sua jornada.
Somando-se a esses fatores, o empobrecimento do roteiro é agravado pelo uso excessivo de clichês hollywoodianos, especialmente no caso de um filme que almeja ser realista.
Batman Begins, pesando prós e contras, ainda consegue facilmente ser uma das boas adaptações dos quadrinhos para o cinema. Lembrando, é claro, que se trata de um filme de origem, naturalmente mais complicado, e que representa acima de tudo um primeiro passo, para o que pode vir a se tornar a melhor trilogia dos quadrinhos nas telas.


Aguardemos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"somos escravos do que construímos
somos lembranças do que não passou.
Somos o som de palavras perdidas,
fomos um pouco do que não restou."

07/09/08