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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NOTÍCIAS DO FRONT: Expolítica



Enfim. Após um hiato de dois anos sem exposições físicas, no dia 29 de setembro, às 14 HORAS, no hall de entrada do Royal Plaza Shopping, o  Quadrinhos S.A.  está de volta à cena exposicionística.

Aproveitando o período eleitoreiro, o Quadrinhos S.A. - Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria, organizou um nova exposição contendo charges, cartuns e HQs, desta vez esmiuçando o tema repleto de escândalos e CPIs que vem à tona nesta presente época.
Assim, novamente reunindo trabalhos de todos os integrantes do Núcleo de Quadrinhistas, o Quadrinhos S.A. expõe a crítica de maneira bem-humorada, amparado pelo assunto do momento. 
E além disso, com trabalhos enviados pelos ilustres convidados Bira Dantas (eleito Mestre do Quadrinho Nacional no Prêmio Angelo Agostini), Rafael Correa (premiado no 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba), e Marcio Baraldi (eleito melhor cartunista do Brasil no  Prêmio Angelo Agostini).

Sendo assim, a “Expolítica – Humor sem Propina” retoma a bem-sucedida parceria entre o Quadrinhos S.A. e o Royal Plaza Shopping, que foram responsáveis pela “Expo Rock”, exposição de quadrinhos considerada o maior evento quadrinhístico do interior do RS em 2010.
Portanto, essa nova exposição promete bom-humor e reflexão na medida certa, com o entretenimento aliado à importância de questionar e exigir direitos, especialmente neste momento em que o futuro do país mais uma vez será definido.
Estejam convidados.

Para mais informações, visite o Blog do Quadrinhos S.A., de onde copiei essas informações acima, porque tá particularmente difícil atualizar o Blog do Ibaldo, e eu esqueci momentaneamente a vergonha na cara em prol da divulgação artístico-cultural-quadrinhística, ou algo assim.

E obviamente, Aguardemos.

Expolítica - Humor Sem Propina
Dia 29 de setembro, às 14 HORAS .
No Hall de entrada do Royal Plaza Shopping.
Entrada Gratuita.

sábado, 8 de setembro de 2012

SUPERMAN: O FILME (1978)



Já faz um bom tempo que as adaptações de HQs pro cinema tornaram-se algo corriqueiro.
Muitas vezes na divulgação nem é inserida a informação “Baseada na História em Quadrinhos...”.

Com o tempo, essas produções deixaram de ser somente um subgênero cinematográfico, passando a ser reconhecidas muitas vezes simplesmente na condição de transposições para a telona de obras elaboradas inicialmente para outra mídia.
Mas essa realidade de aceitação plena das HQs servindo de base para os roteiros é algo característico do período pós-retomada dos quadrinhos no cinema.
Antes as coisas eram bem mais complicadas, e o filme em questão é um exemplo disso.



As dificuldades eram muitas, tendo em vista a própria incerteza de sucesso em uma obra com os elementos quadrinhísticos que alguém ousasse transportar para a película.
Some-se a isso a própria carência de resultados funcionais que demonstrassem a receita de uma adaptação bem sucedida.
A certa altura do campeonato, poucos haviam conseguido superar a barreira de preconceito da plateia, mantendo ainda assim a fidelidade com o material original e os elementos por vezes espalhafatosos do visual presente nas páginas.
O Superman não seria exceção, e o cineasta que tivesse a incumbência de filmá-lo deveria pensar em formas de manter a integridade do que havia sido construído nas décadas de publicações estreladas por ele, sem que os seus aspectos menos verossímeis afastassem o público.

O diretor Richard Donner tinha um desafio com grande potencial para o fracasso, mas ele contava com algumas cartas na manga para tentar evitar que isso ocorresse.
Desde a trilha sonora épica de John Williams, marcante desde a memorável sequencia inicial, até a escolha do elenco, ele optou por uma estrutura consistente, tendo em Marlon Brando (Jor-El) e Gene Hackman (Lex Luthor) os seus nomes mais famosos.
Porém, logicamente, um grande peso recairia sobre atuação do então desconhecido que seria Kal-El, em sua jornada visando inspirar a humanidade conforme as palavras que norteariam seu caminho.



A carreira de seu protagonista seria marcada até o fim da vida pelo ícone do personagem que interpretou. Christopher Reeve encontrava na criação de Jerry Siegel e Joe Schuster o seu trabalho mais importante, e não hesitou em entregar uma atuação confiante e carismática.  
Tanto Clark Kent quanto o herói do qual ele era o alter-ego possuem a mesma intensidade dramática sendo inegavelmente críveis no universo arquitetado por Richard Donner.

E isso se sobressai especialmente quando vemos no Lex Luthor de Gene Hackman um vilão muito caricatural, em contraponto com o herói que o mantém sempre na condição de coadjuvante bem menos expressivo do que o esperado. Com certeza o arquiinimigo trazia o tal alívio cômico costumeiramente exigido pelos produtores, mas o tom exagerado impede que ele consiga equiparar-se ao que a trama consolidou na figura do personagem interpretado por Christopher Reeve.
Além disso, outro elemento exigido na cartilha do blockbuster milionário, o interesse romântico funciona bem com a Lois Lane interpretada por Margot Kidder desestabilizando o heroi/repórter, em cenas de diálogos singelos e nem por isso menos envolventes.



E sendo que o principal obstáculo era fazer o espectador comprar a ideia para que o filme pudesse ser um êxito, havia algo que não poderia passar despercebido.

"Você vai acreditar que o homem pode voar.", disseram eles, e isso não era pouca responsabilidade.
No entanto, os efeitos especiais foram criados por John Barry com tamanha maestria que fizeram jus ao marketing a princípio exagerado voltado a enaltecer a produção. 
E assim, a confluência desses fatores já era o bastante para tornar o longa-metragem  mais do que interessante para ser assistido.



Porém, um clássico não surge com apenas isso.
O drama humano é contado no roteiro do filme de uma maneira que eu particularmente nunca vi em uma das histórias do herói que eu li nas HQs.
A frequentemente enfadonha postura de herói incorruptível, tão mal-contada nos quadrinhos, é apresentada com tanta dignidade que deixa de ser algo piegas, funcionando perfeitamente nessa fábula heroística a qual define o padrão do defensor da justiça exemplar, apresentado de maneira tão pouco convincente nos dias de hoje, mas que volta e meia ressurge refletindo os anseios da população que, nos mais diversos períodos históricos tem que lidar com governantes pouco preocupados com os problemas sociais, e mais voltados aos lucros obtidos com alguma nova guerra cuidadosamente iniciada para tal fim.
E diante disso, é impossível ignorar a influência de um personagem que veste as cores da bandeira americana, é übervalorizado pela mídia, e que é dono de afirmações como: “Vim lutar pela verdade, justiça, e pelo ideal americano.”



Em épocas de governo estadunidense frequentemente envolvido em escândalos que lhe atribuem cada vez mais descrédito frente à opinião pública, deve parecer difícil esperar que um filme desses possa ter feito sucesso, mas considerando que “Superman – O Filme”, além de ter dado origem a uma franquia de cinco filmes, sendo que mais um está sendo pré-produzido, e que até hoje é visto na condição de uma das melhores adaptações de HQs para o cinema já realizadas, não há muito o que questionar quanto ao seu mérito.
Muito possivelmente a franquia jamais conseguirá causar um impacto tão impressionante na plateia quanto na ocasião do lançamento deste primeiro longa-metragem, e isso apenas adiciona maior mérito a esta produção do fim dos anos 70.
O que ele trouxe foi uma maior visibilidade ao ainda não descoberto potencial das histórias em quadrinhos para o cinema, e isso muito antes dos últimos blockbusters quadrinhísticos que estiveram em cartaz nas salas de exibição.
Após “Superman – O Filme”, isso era apenas uma questão de tempo.

Quanto vale: Um ingresso e meio.



Superman – O Filme
(Superman)
Direção: Richard Donner
Duração: 143 minutos
Ano de produção: 1978
Gênero: Aventura / Ação